Pode falar-se aqui, legitimamente, de periferia, contudo, esta perifería, não encontra o campo (e há sempre cavalos soltos no terreno em frente). Aqui, a perifería vai de encontro a outra perifería como ela. Policentralidades, criando um todo poliperiférico, território que, mais que a cidade “verdadeira”, pode ser tudo – uma diversidade caótica, banal e suburbana com moradias, prédios, grandes superfícies comerciais e industriais, uma sucata e campo. A casa não aparece, portanto, implantada num monótono loteamento. Parece que a condição que se sente na paisagem se rebateu na planta e há uma reentrância no rectângulo de implantação (não é um rectângulo). Tudo tem de ser aproveitado e o exercício, umas vezes teórico, de construir com a máxima economia de meios e custos é, aqui, a encomenda possível. No interior as paredes limitam-se às necessárias para formar os compartimentos solicitados, sendo que, na sua falta, se vêem aumentados os espaços principais. A sala, no r/c, atravessa a casa unindo o sol de sul à privacidade do jardim. Os quartos, no piso de cima, numa área mais recatada e privada.Por fora, uma materialidade comum conjugando soluções simples, sem abdicar de nada: vazio sanitário, protecções exteriores, painéis solares bem escondidos. É que mesmo entre periféricos, a arquitectura não é um “plug-in”, é um plug-todo na condição possível.